terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Caminho para a Paz Interior!!!


Então, eu descobri que havia algumas purificações que eram exigidas de mim! A primeira é algo tão simples: é a purificação do corpo. Isto tem a ver com seus hábitos físicos de vida. Você se alimenta de forma sensata, alimentando-se para viver? Conheço, de fato, pessoas que vivem para comer. Você sabe quando parar de comer? Isto é muito importante. Você tem hábitos de sono igualmente racionais? Eu tenho que ir para a cama cedo e garantir muitas horas de sono. Você recebe suficiente ar puro, sol, exercícios físicos e contato com a natureza? Poder-se-ia pensar que esta é a área mais fácil a ser atacada, mas, por experiência prática, descobri que, frequentemente, é a última, porque pode signifi-car para as pessoas, livrarem-se de alguns maus hábitos aos quais nos aferramos tão tenazmente!

A segunda purificação não poderia ser enfatizada em demasia, pois é a purificação do pensamento. Se você compreendesse toda a força dos seus pensamentos, você nunca teria um pensamento negativo. Eles poderão ser uma poderosa influência para o bem quando estão no lado positivo, como também podem fazê-lo adoecer fisicamente, quando estão no lado negativo.

Lembro-me de um homem que tinha 65 anos quando o conheci e que manifestava sintomas do que parecia ser uma doença crônica. Conversei com ele e percebi que havia uma amargura em sua vida, embora eu não conseguisse identificá-la exatamente, a princípio. Ele se relacionava bem com sua mulher e seus filhos crescidos, vivia bem em sua comunidade, mas a amargura estava lá. Eu acabei descobrindo que ele nutria uma amargura em relação a seu pai falecido há muito tempo, por ter seu pai educado seu irmão e não ele. Tão logo ele abriu mão de sua amargura, a tal doença crônica desapareceu.

Se você abriga o menor rancor contra alguém, ou quaisquer pensamentos negativos desagradáveis, você deve libertar-se disto imediatamente, isto não está causando mal a quem quer seja, exceto a você mesmo. É sabido que o ódio fere aquele que odeia, não aquele que é odiado. Não basta fazer ou dizer o que é correto, é preciso que se pense o que é correto, antes que sua vida possa harmonizar-se.

A terceira purificação é a purificação do desejo. Que coisas você deseja? Você deseja roupas novas ou prazeres, artigos, domésticos ou um carro novo? Vocé pode chegar ao ponto de ter um único desejo: conhecer e fazer sua parte no Plano da Vida. Pensando bem, há alguma outra coisa verdadeiramente importante a desejar-se?

Há mais uma purificação, que é a purificação das motivações. Quais são os seus motivos para o que quer que você esteja fazendo? Se se trata de pura ambição, egoísmo ou auto-glorificação, eu lhe diria: "Não faça isto". "Não faça qualquer coisa a partir de um tal motivo". Mas, isto não é tão fácil porque tendemos a agir com motivos mistos, boas e más motivações estão misturadas. Tomemos um homem de negócios: suas motivações podem não ser as mais elevadas, mas, somadas a estas, estão motivações relacionadas aos cuidados com sua família, e, talvez, traga algum bem à sua comunidade. Motivações mixtas!

Sua motivação, para você encontrar a paz interior deve voltar-se para fora de você mesmo -- deve ser motivação para o serviço. Deve se dar, não receber. Conheci um homem que era um bom arquiteto. Este era, obviamente, o trabalho certo para ele, mas ele o fazia por motivos errôneos. Sua motivação era ganhar muito dinheiro e passar à frente dos "Silva". Ele trabalhou até contrair uma doença e foi logo depois disto que o conheci. Consegui que ele fizesse pequenas coisas para servir. Conversei com ele sobre a alegria de servir e sabia que depois desta experiência, ele jamais poderia voltar a viver egoisticamente. Correspondemo-nos um pouco depois disto. Em meu terceiro ano de peregrinação, passei por sua cidade e quase não o reconheci quando parei para visitá-lo. Ele era um outro homem! Mas, ainda era um arquiteto. Ele trabalhava em um projeto e me explicou: "Veja, estou fazendo uma planta que se adapte ao orçamento deles e também para que fique bem no terreno onde será construído". Seu motivo era servir às pessoas para quem faria os projetos. Ele estava radiante e completamente transformado! Sua esposa contou-me que seus negócios melhoravam porque agora pessoas vinham de bem longe para encomendar-lhe projetos para suas casas.

Conheci algumas pessoas que tiveram que mudar de emprego a fim de mudar suas vidas, mas conheci muitas outras que simplesmente tiveram que mudar suas motivações, direcionando-as para o serviço, a fim de mudar suas vidas.

Agora, a última parte:
Estas são as renúncias. Uma vez feita a primeira renúncia, você terá encontrado a paz interior, porque é a renúncia à sua vontade. Você pode praticar isto, abstendo-se de fazer algo que não seja bom, para que você se sinta motivado, mas nunca reprima! Se você sentir-se motivado para dizer ou fazer algo mau, pense em algo bom e, deliberadamente, use a mesma energia para fazer ou dizer algo bom. Isto funciona!

A segunda renúncia é a renúncia à sensação de isolamento. Começamos a sentir-nos à parte e julgar tudo à nossa volta como se fôssemos o centro do universo. Mesmo após adquirirmos um melhor conhecimento intelectual, continuamos, ainda assim, a julgar as coisas dessa maneira. De fato, somos todos células no corpo da humanidade. Não somos separados dos outros seres humanos. Trata-se de uma totalidade. É somente desta perspectiva mais elevada que você poderá saber o que significa amar seu próximo como a si mesmo. Desse ponto de vista mais elevado emerge uma só maneira realística de se trabalhar e esta será para o bem, você será uma célula contra todas as outras e estará, assim, em desarmonia. Mas, tão logo você comece a trabalhar para o bem do todo, você se encontrará em harmonia com todos os outros seres humanos. Esta é maneira fácil e harmoniosa de viver.

Há, ainda, uma terceira renúncia: a renúncia a todos os apegos. As cousas materiais devem ser postas em seus devidos lugares. Estão ali para serem usadas e está correto usá-las, para isto foram feitas. Mas, quando perderem sua utilidade você deve estar pronto a renunciar a elas e talvez, passá-las a alguém que as necessite. Qualquer coisa à qual você não consegue renunciar após perder suas utilidade, passa a lhe possuir, e nestes tempos materialistas, muitos de nós somos possuídos por nossas posses materiais. Não somos livres.

Existe outro tipo de possessividade. Você não possue qualquer outro ser humano, não importa quão próxima seja sua relação com ele. Nenhum marido possui sua mulher; nenhuma esposa possui seu marido; nenhum pai possui seus filhos. Quando acreditamos possuir as pessoas tendemos a dirigir suas vidas e daí surge uma situação de extrema desarmonia. Só quando damos conta de que não as possuímos, que elas devem viver de acordo com suas próprias motivações interiores, é que deixamos de tentar dirigir suas vidas e então descobrimos que somos capazes de viver em harmonia com elas.

Agora, a última: a renúncia a todos os sentimentos negativos. Quero mencionar apenas um sentimento negativo: é a preocupação. Preocupar-se é diferente de ocupar-se o que lhe obrigaria a fazer o possível para resolver uma situação. Preocupar-se é, inutilmente, remoer-se coisas que não podemos mudar. Vou mencionar apenas uma técnica. Raramente, preocupamo-nos acerca do momento presente, o que, de maneira geral, está aqui. Se você se preocupa, você sofre pelo passado que deveria ter esquecido há muito tempo, ou fica apreensivo pelo futuro que nem sequer está aqui, ainda. Tendemos a passar por cima do momento presente. Uma vez que este é o único momento que pode ser vivido, se você não o vive agora, você jamais chegará a vivê-lo. Se, de fato, você vive o momento presente, tenderá a não se preocupar. Para mim, cada momento é uma nova oportunidade de prestar serviço.

Um último comentário acerca dos sentimentos negativos, algo que me ajudou muitíssimo em uma ocasião e que tem ajudado outras pessoas. Nenhuma coisa exterior, nada ou ninguém pode ferir-me internamente, psicologicamente. Eu só posso ser ferida psicologicamente por minhas próprias ações errôneas e sobre as quais eu tenho controle: ou por minhas próprias reações equivocadas, as quais são sutis e enganosas, mas também podem ser por mim controladas; ou por minha própria passividade em algumas situações, como por exemplo, a atual situação mundial, a qual precisa de minha ação. Quando tomei consciência de tudo isto, que livre me senti! E simplesmente deixei de magoar-me. Agora, alguém poderia me fazer o pior mal e eu sinto apenas a mais profunda compaixão por esta pessoa tão em desarmonia, esta pessoa tão doente psicologicamente, que é capaz de fazer coisas tão perversas. Eu, certamente, não me magoaria através de uma reação errônea de amargura ou rancor. Você tem controle absoluto sobre ferir-se ou não, psicologicamente, e você pode parar de magoar-se a qualquer momento que você assim o queira.

Estes são os passos em direção à paz interior que eu desejava compartilhar com você. Não há nada de novo nisto. É a verdade universal. Eu apenas conversei sobre isto com minhas próprias palavras em termos da minha própria experiência pessoal. As leis que governam este universo operam para o bem tão logo as obedecemos, e qualquer coisa contrária a essas leis não perdurará, pois contém dentro de si os germes da sua própria destruição. O bom em cada vida humana torna possível a nós a obediência a essas leis. Nós temos livre arbítrio e, assim, depende apenas de nós quão cedo passamos a obedecer a estas leis e encontrar a harmonia, tanto dentro de nós como no mundo.

(Extraído de uma palestra na Estação de Rádio KPFK, Los Angeles).